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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Vivendo no espaço.


Segundo uma convenção internacional, o espaço começa a 100 quilômetros acima do nível do mar. Abaixo disso estaremos cada vez mais imersos no manto gasoso que envolve nosso mundo, a atmosfera que nos protege e nos alimenta.

No espaço não existe ar e portanto não há como propagar vibrações mecânicas, como o som. Assim, o grito de um astronauta estará sempre contido nos limites de seu próprio capacete.

Dito assim o espaço soa como um lugar sinistro e perigoso, mas o fato é que até hoje nenhum ser humano morreu no espaço. Todos os acidentes (incluindo o trágico regresso do ônibus espacial Columbia em 2003) aconteceram abaixo dos 100 km de altitude.
Cotidiano
A SENSAÇÃO DE AUSÊNCIA DE PESO quando se está em órbita recebe o pomposo nome de imponderabilidade. Isso não é o mesmo que ausência de gravidade (o que não ocorre) mas produz efeitos curiosos tanto no corpo quanto na mente humana.

No espaço, simplesmente não existe “em cima” e “embaixo”. O interior das naves precisa identificar bem o teto e o chão porque o astronauta simplesmente não sente diferença alguma. Não se tem a sensação de estar de cabeça para baixo.

E ao contrário do que se poderia pensar, as refeições não são “pílulas”, mas comida quente e saborosa, aquecida no microondas. Contudo, algumas tarefas do dia-a-dia tornam-se mesmo peculiares em órbita. Como ir ao banheiro, ou melhor, ao “sistema de administração de dejetos”, cujo assento possui um aspirador, para que a microgravidade não deixe o usuário constrangido ao ver que seu ato resultou numa miríade de objetos mal cheirosos flutuando ao redor.
Comida de astronauta
Na década de 1960 a comida era servida em tubos de alumínio, para não ocupar muito espaço. Na década seguinte, durante o programa Apollo, a variedade de alimentos começou a melhorar.
Hoje são servidos 300 tipos diferentes de comida a bordo da estação espacial internacional.
Banheiro no espaço
Como a água não flui em microgravidade, os astronautas não podem lavar as mãos ou o rosto como na Terra. Portanto, não há torneiras nem chuveiros quando se está em órbita.
Todos os líquidos devem ser cuidadosamente aspirados. Isso inclui as excreções do corpo.
Dormindo em órbita
No espaço, dormir em pé não é desconfortável, porque simplesmente não se nota diferença. Para não flutuar pela nave e se machucar, os astronautas dormem em sacos.
Como não pode ser regulado pela luz natural, o ciclo de sono varia de 6 a 8 horas a cada 24.
A higiene de um astronauta é trabalhosa. Tomar banho, por exemplo, requer a montagem do box (que afinal não vai ficar sempre ocupando um lugar no restrito interior da nave), abastecê-lo com água, depois se lavar, aspirar toda a água (você não iria querer que bolhas d'água circulassem livremente pela nave) desmontar o compartimento e reciclar a água utilizada. Mesmo assim o prazer de um banho após um exaustivo dia de trabalho compensa o esforço.

Esforço, aliás, é o que não deve faltar a um astronauta, que se alterna entre oito horas de trabalho, sono e lazer, mas inclui também uma série diária de exercícios físicos. É que sob a imponderabilidade o cálcio escapa pela urina e a estrutura óssea se enfraquece.

O pouco uso das pernas também faz o sangue circular mais pela parte superior do corpo e isso amolece os músculos. Movimentos mais suaves também diminuem o consumo de oxigênio transportado pelos glóbulos vermelhos – o que resulta numa diminuição de 8 a 20% em seu número total. E até o aparelho digestivo se acostumar a sensação de flutuação (que é semelhante a uma queda sem fim), o astronauta pode sofrer enjôos ou tonturas.
Arte e técnica
DO LADO DE FORA DA NAVE, a absorção de temperatura ainda depende de certas características do material de que ela é feita. A superfície externa tanto da nave quanto do traje espacial devem ser claros para refletir bem a luz e o calor do Sol.

Mas esse não é o único sistema para proporcionar uma temperatura confortável. O calor do próprio astronauta pode fazer do interior de seu traje espacial um lugar sufocante. Em lugar disso uma rede de tubos circula água próxima ao seu corpo.

O calor corporal é então transferido para uma unidade de refrigeração no compartimento montado em suas costas, onde a água entra em contato com uma placa de metal porosa cuja outra extremidade está conectada ao espaço. Parte da água atravessa lentamente os poros e congela, sendo progressivamente expelida no vazio (sublimada), como vapor.

Ser astronauta significa passar por tudo isso. Afinal, eles integram a equipe mais seleta do mundo, com apenas 522 profissionais (incluindo os já aposentados e falecidos). É claro que viver no espaço é apenas uma parte da exploração do Universo. E o meio pelo qual vamos até lá é a Astronáutica, a arte e técnica de navegar o firmamento.

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