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Plano espacial brasileiro
Programa Espacial Brasileiro remonta aos anos de 1940, quando o governo regulamentou as atividades da Subdiretoria de Tecnologia Aeronáutica no Ministério da Aeronáutica, que ficou sob responsabilidade do tenente-coronel aviador e engenheiro Casimiro Montenegro Filho. Tomou forma de maneira mais concreta com o surgimento do Centro Técnico de Aeronáutica, hoje o Centro Técnico Aeroespacial (CTA), como órgão científico e técnico do Ministério da Aeronáutica, em 1946. Mas apenas em 1953 o CTA foi considerado, de fato, organizado e concluído. O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) já tinha iniciado suas operações, em 1950.
No final de 1965, o Campo de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) começou a operar, lançando o foguete americano Nike Apache. No ano seguinte, a empresa Avibras iniciou, em parceria com o governo brasileiro, o desenvolvimento do primeiro foguete de sondagem brasileiro, o Sonda I, que tinha uma missão ambiciosa: substituir os foguetes norte-americanos Arcas e Hasp, utilizados no programa internacional de sondagem meteorológica Exametnet (Experimental Inter-American Meteorologycal Network). Antes do Sonda 1, o Brasil mandou para o espaço um protótipo, em 1967, também lançado do CLBI. O Sonda I levou um ano para ser desenvolvido - de 1966 a 1967 - e fez 223 vôos.
Junto com o Sonda I começou o desenvolvimento do Sonda II, mas este demorou três anos para ficar pronto, pois era maior e seu projeto mais complexo, já que não só o projeto e fabricação estrutural, mas o propelente e proteções térmicas também foram desenvolvidos no Brasil. O Sonda II foi ao espaço em 1969, fazendo um total de 60 vôos. Nesse mesmo ano, o Brasil começou o projeto do Sonda III, de maior complexidade. Ele foi lançado pela primeira vez em 1976, depois de sete anos de desenvolvimento, e fez 30 vôos.
Com a criação do Instituto de Atividades Espaciais, que se transformou em Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), também em 1969, o Programa Espacial Brasileiro se tornou mais estruturado, adotando um planejamento de longo prazo. As ações eram estabelecidas pela Comissão Brasileira de Atividades Espaciais (Cobae), que ficou, na época, diretamente subordinado à Presidência da República e conseguiu verbas para o programa. Em 1994, essa entidade foi substituída pela Agência Espacial Brasileira (AEB).
Em 1971, é extinto o Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais (GOCNAE), que havia sido criado em 1961, dando lugar ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O IAE era responsável pelo desenvolvimento e lançamentos dos foguetes e o Inpe pela construção de cargas úteis para balões, foguetes e satélites, além de fazer a análise das informações transmitidas do espaço pelos equipamentos.
Em 1980, o governo federal aprova a Missão Espacial Completa Brasileira (MECB). O primeiro passo para a construção do Veículo Lançador de Satélites (VLS), foi a construção do Sonda IV, considerado uma etapa intermediária do desenvolvimento desse equipamento. Foi desenvolvido de 1976 a 1984 e fez apenas quatro vôos. Em 1983, foi inaugurado o Centro de Lançamento de Alcântara, que teve sua primeira operação em 1989. Em 1980, é oficializada a intenção da construção do VLS. Mas até se chegar a ele, o IAE ainda lançou o VS-30, o VS-40 e o VLSR, todos com o objetivo de ampliar o desenvolvimento tecnológico e de componentes para se chegar ao projeto mais ambicioso, o VLS.
Outras conquistas importantes para o Programa Espacial Brasileiro foram o lançamento dos dois primeiros satélites artificiais brasileiros, o Satélite de Coleta de Dados 1 e 2 (SCD-1 e SCD-2), na Flórida, em 1993 e 1998, respectivamente, e do China-Brazil Earth Resources Satellite (CBERS-1), feito em parceria com os chineses e lançado na China em 1999. No ano passado, mais duas iniciativas positivas: o lançamento do VS-30/Orion, desenvolvido pelo IAE e o Centro Aeroespacial Alemão, e o lançamento do foguete de sondagem VS-30, que levou experimentos para estudo de microgravidade.
Em meio a esses sucessos, vieram os problemas com o VLS-1. Em 1997, ocorreu a primeira tentativa de colocá-lo no espaço, mas o foguete foi explodido 65 segundos após o lançamento, por apresentar falha técnica. Dois anos depois, o VLS-1 foi destruído, 3 minutos e 20 segundos após ter deixado a base de lançamento, pelo mesmo motivo. E agora, em 2003, o VLS-1 se incendiou em terra, dois dias antes do início das operações de seu terceiro lançamento, matando 21 técnicos e cientistas do CTA. A próxima operação do Programa Espacial Brasileiro prevista é o lançamento, ainda em outubro deste ano, do CBERS-2, que começou a ser desenvolvido pelo Brasil e pela China em 2000.
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